Primeiro teremos de lembrar do comportamento dos morfemas. Alguns se comportam de forma livre, ou seja, em si mesmos já tem todo o significado sem precisar de outros para lhe auxiliar. Outros se comportam de forma presa, ou seja, necessitam estar colados a outro morfema para passar o seu significado, que no caso acaba alterando o significado do todo. E por ultimo temos os morfemas de forma dependente, conforme a proposta de uma terceira classificação por Câmara Jr. (1970, p. 60) que são o caso das preposições artigos, que por si só não exprimem seu significado, mas também não precisam estar presos de outros morfemas, mas apenas a presença de outros no enunciado.
Pois bem aqui os afixos são justamente os morfemas de forma presa. E aqui teremos a presença do conceito de radical. (Ver postagem Da diferença entre Raiz e Radical)
Há três tipos de afixos: os prefixos, os infixos e os sufixos.
"Os afixos antepostos ao radical denominam-se prefixos (des-leal, in-feliz, re-por); quando pospostos, recebem a designação de sufixos (cruel-dade, firme-mente)." (KEDHI, Valter. MORFEMAS DO PORTUGUÊS. 5ª EDIÇÃO)
Os prefixos geralmente agregam-se a verbos e a adjetivos, tendo poucos exemplos de casos com substantivos, como se verifica com deverbais (des-respeito, re-torno).
Já os sufixos podem contribuir para a mudança de classe do radical a que se juntam. Podem ser nominais, quando formam nomes, e verbais. Além de haver um só sufixo adverbial (-mente).
Porém os afixos infixo não ocorrem no português, mas estão presentes em outras línguas O infixo se dá dentro do radical.
Bibliografia:
KEDHI, Valter. MORFEMAS DO PORTUGUÊS. 5ª EDIÇÃO. Cap. 5 Pág.
CARONE, Flávia de Barros. MORFOSSINTAXE. 9ª EDIÇÃO. Cap. 2 Pág. 31.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Da diferença entre Radical e Raiz.
Teremos, a partir de agora, fazer uma importante distinção para sabermos como vamos trabalhar e com o que vamos trabalhar dentro da morfologia. Devemos saber distinguir entre o que é Radical e o que é Raiz.
Ora, se queremos tratar das diferentes formas de uma mesma palavra, então usaremos o radical para entender como a palavra ganha a modificação de sua forma e assim uma leve alteração do seu significado, que parte de seu radical. Cada palavra tem o seu radical específico e pode ser encontrado, por exemplo, quando flexionamos o substantivo em gênero e número, ou o verbo em número, pessoa, tempo e modo e encontra-se o termo comum em todas as flexões.
Mas se queremos tratar de um grupo lexical, ou seja diferentes palavras de diferentes formas, porém que têm uma mesma referência, então teremos de achar esta referência. Devemos procurar pelo elemento comum a estas palavras, ou seja, a Raiz delas.
Para entender melhor a diferença entre o radical e a raiz podemos usar da imagem de uma arvore. Ora ela tem diversos galhos e uma só raiz, os galhos tem diversas folhas. Pois bem, os vários galhos formam o grupo lexical, estão distantes entre si, mas tem uma mesma raiz. No caso de cada galho ter várias folhas, é o caso da palavra ter outras formas, identificando o radical estamos vendo de que galho saiu as folhas. Identificando a raiz vemos de onde vem os galhos e, assim, o significado sobre o qual as palavras se deitam.
OBS: A raiz e o radical podem muito bem coincidirem, porém não é algo constante, atente-se nos seus objetivos e o que se quer trabalhar com a palavra, ou grupo de palavras para saber se a raiz ou o radical são suficientes.
Referencias Bibliográficas:
KEDHI, Valter. MORFEMAS DO PORTUGUÊS. 5ª EDIÇÃO
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Dos Comportamento dos Morfemas.
É o comportamento que define a forma como o morfema se apresenta, ou seja, como é dado o seu significado. No caso de "feliz" temos um morfema que se exprime por inteiro e não necessita de outro para exprimir o significado que já faz só, isto demonstra um morfema de forma livre. Agora, os morfemas que precisam estar ligados a um outro para passar seu significado estão presos a estes, porque antes necessitam daquilo que o morfema, ao qual se prendem, se refere para finalmente terem a sua expressão feita. Neste caso são os morfemas de forma presa. E por fim há os morfemas que não estão presos ao outro, não dependem também de seus significados mas dependem da presença deles no contexto para se fazerem necessários e suficientes em suas funções, encadeando assim as palavras e frases para conseguir por ordem aos significados que elas carregam, formando um norte para as idéias a serem passadas, é o caso dos morfemas de forma dependente, que são mais claramente vistos como artigos e preposições.
Assim temos aqui apresentadas as três formas em que os morfemas se apresentam.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Do Morfe, Morfema e a Raiz.
Temos aqui três conceitos que se referem a unidades formadoras da palavra. No caso de morfema, que é a menor unidade significativa, que dependendo do seu contexto, sua posição na palavra tem uma função e age no significado da palavra, o morfe age como materialização gráfica deste e a raiz já trata de um núcleo mínimo de uma construção morfológica, ou seja a parte da palavra que se mantém constante e é a identidade da palavra, que carrega em si o significado puro, e dependendo dos demais morfemas que vem acompanhado, antes ou depois, vai formando o significado completo, lapidado.
Da palavra.
A palavra, esta unidade de significado, é importante ferramenta para o entendimento do mundo que nos cerca e para a transmissão desse entendimento para o outro. Assim podemos ver que a palavra funciona como intermediária entre dois indivíduos criada a partir de um consenso entre ambos. É neste consenso que entra o estudo da morfologia.
Por que digo que é uma ferramenta? Bom primeiro temos de entender como se dá a comunicação. Temos nela a existência do emissor, aquele que fala a mensagem, o receptor, o que recebe a mensagem, o canal, o meio pelo qual a mensagem é passada. Temos que compreender que a palavra está inserida no contexto do canal e é ela que constitui a mensagem a ser passada. Ela funciona como ferramenta para construir uma mensagem com significados suficientes e em uma sequencia possível de sequenciação e ligação entre estes significados, o que chamamos coerência e coesão. Mas para que haja de fato o sucesso para a transmissão deste significado, que não é de 100% como veremos, se da pela consenso existente entre o emissor e o receptor.
Muito antes de a mensagem ser transmitida, ambos os participante da comunicação mencionada têm de estar inseridos no mesmo contexto, onde aprenderam os mesmo significantes e seus significados, desta forma, entraram no consenso geral de sua cultura, numa concordância que age como intermediária das inteligências diferentes. Ou seja, a palavra aí não age completamente, pois por estar mediando a comunicação entre duas mentalidades diferentes ela não abrange a totalidade do pensamento de nenhum dos dois, mas passa o possível cabível dentro do que a linguagem permite, assim a palavra por si só é completa, mas não suficiente aos pensamentos diferenciados de cada um. Pois que é muito claro que sempre sabemos de algo e nos faltam palavras para explicar, quando não nos falta a forma de encadear as palavras de forma que passe a totalidade do pensamento que temos.
E a importância desta "concordância" que existe dentro de uma realidade cultural é mais clara ainda quando percebemos que um emissor e um receptor que não pertencem a esta mesma realidade não entram em concordância e a comunicação não se dá pois não conhecem as palavras que o outro lhe fala ou escreve e assim a comunicação não existe. Assim a palavra tem sua importância entre as pessoas de uma mesma cultura, por elas terem significados similares pra um significante.
Pois bem a morfologia vem aqui trazer de onde surgiram tais consensos para esta intermediação para que haja a comunicação.
Por que digo que é uma ferramenta? Bom primeiro temos de entender como se dá a comunicação. Temos nela a existência do emissor, aquele que fala a mensagem, o receptor, o que recebe a mensagem, o canal, o meio pelo qual a mensagem é passada. Temos que compreender que a palavra está inserida no contexto do canal e é ela que constitui a mensagem a ser passada. Ela funciona como ferramenta para construir uma mensagem com significados suficientes e em uma sequencia possível de sequenciação e ligação entre estes significados, o que chamamos coerência e coesão. Mas para que haja de fato o sucesso para a transmissão deste significado, que não é de 100% como veremos, se da pela consenso existente entre o emissor e o receptor.
Muito antes de a mensagem ser transmitida, ambos os participante da comunicação mencionada têm de estar inseridos no mesmo contexto, onde aprenderam os mesmo significantes e seus significados, desta forma, entraram no consenso geral de sua cultura, numa concordância que age como intermediária das inteligências diferentes. Ou seja, a palavra aí não age completamente, pois por estar mediando a comunicação entre duas mentalidades diferentes ela não abrange a totalidade do pensamento de nenhum dos dois, mas passa o possível cabível dentro do que a linguagem permite, assim a palavra por si só é completa, mas não suficiente aos pensamentos diferenciados de cada um. Pois que é muito claro que sempre sabemos de algo e nos faltam palavras para explicar, quando não nos falta a forma de encadear as palavras de forma que passe a totalidade do pensamento que temos.
E a importância desta "concordância" que existe dentro de uma realidade cultural é mais clara ainda quando percebemos que um emissor e um receptor que não pertencem a esta mesma realidade não entram em concordância e a comunicação não se dá pois não conhecem as palavras que o outro lhe fala ou escreve e assim a comunicação não existe. Assim a palavra tem sua importância entre as pessoas de uma mesma cultura, por elas terem significados similares pra um significante.
Pois bem a morfologia vem aqui trazer de onde surgiram tais consensos para esta intermediação para que haja a comunicação.
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